O meu grupo nas apresentações sobre os modelos universitários ocidentais ficou responsável pelo modelo Escolástico.
O método escolástico consistia em leitura critica de obras selecionadas, aprendendo a apreciar as teorias do autor, por meio do estudo minucioso de seu pensamento e das consequências deste. Neste processo, como complemento, eram explorados outros documentos ou obras relacionadas com a obra em questão. A partir da comparação entre o texto da obra e os documentos a ela relacionados, especialmente documentos da igreja e análises de estudiosos anteriores, se produzia as Sententiae, curtas sentenças nas quais eram listadas as discordâncias entre fontes diversas, acerca dos temas tratados na obra em estudo. As Setentiae podiam incluir também recortes dos textos originais, para comparação e comentário.
As setentiae serviriam para formular os dois lados da argumentação, buscando um acordo, livre de contradições, acerca do pensamento do autor ou do tema por ele discutido. Para tanto valiam-se da análise filológica e da lógica formal. Na análise filológica procurava-se por palavras que pudessem ter múltiplos significados, ou que o autor pudesse ter utilizado com um significado diferente do usual, o que poderiam resolver questões de discordância imediatamente. Uma vez compreendido, o melhor possível, o que o autor disse e aquilo que ele significou, procedia-se a análise pela lógica formal, explorando a argumentação em busca das conexões e conclusões, verificando a consistência dos argumentos. Neste processo, contradições poderiam ser entendidas como subjetivas do indivíduo que lê o texto, mas não presentes no texto em si. Por outro lado, se reconhecida a contradição de fato, a posição seria rejeitada.
O ensino se calça em duas bases fundamentais: a Lectio e a Disputatio. Na Lectio, correspondente ao que os alemães chamam hoje de Vorlesung, ou, lição, é quando só o mestre tem a palavra. Para a teologia se tomavam geralmente as sentenças de Pedro Lombardo, e na filosofia, as obras de Boécio e Aristóteles. A Disputatio era uma livre discussão entre o mestre e os discípulos, no qual se discutiam argumentos favoráveis ou contrários à uma tese.
Trivium: Gramática, retórica e dialética Quadrivium: Aritimetica, geometria, astronomia e música.
Mas como nem tudo são flores, dentro da própria escolástica havia algumas divergências: Santo Agostinho acreditava que a razão deveria (e na realidade era) subordinada a fé, afinal, a fé tinha quase que o “poder mágico” de restituir a condição humana digna, focada no divino.
Já São Tomás de Aquino, que apesar de jamais dizer que uma era superior a outra, defendia uma certa sobreposição da razão, afinal por meio desta era possível se chegar a respostas muito mais plausíveis do que aquelas apresentadas pela fé.